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Outubro Rosa

Atualizado: 16 de nov. de 2021

Por: Ana Beatriz B. Abrahao


Outubro é o mês de conscientização sobre o câncer de mama, e as mulheres são convidadas e incentivadas a investigarem suas histórias e estarem sempre atentas aos sinais do corpo.

É de suma importância , que informação correta e confiável a respeito de saúde, atinja o maior número possível de mulheres e que todas se conscientizem sobre seus direitos.

Apesar do grande potencial que a campanha do “outubro rosa” tem atualmente, no passado não foi sempre assim. Houve construção consistente, ao redor da importância de se dedicar um mês, para que fossem publicadas informações a respeito dessa doença, que é o câncer mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres.(1)

É também muito importante que outras condições, como o consumo de substâncias, seja compreendido a partir do ponto de vista das mulheres, já que, apesar de ser um fenômeno que atinge diferentes gêneros, tem suas particularidades com relação ao público feminino. Historicamente, a população de mulheres com transtorno de uso de substância tem menos intervenções especificamente endereçadas (2).


Alguns dos fatores de risco entre mulheres acometidas por um transtorno de uso de substância, de acordo com um estudo sobre tratamentos e intervenções para transtorno de uso de álcool em mulheres*, são: idade mais jovem, nível educacional mais baixo, maior taxa de desemprego,mais crianças em casa.” Ref 3


Em estudo publicado em 2017 (4), os autores compararam taxas de sucesso e de abandono de tratamento em homens e mulheres dependentes, que procuraram ajuda ambulatorial entre 2002 e 2006. Seguimento de oito anos mostrou que a taxa de abandono foi significativamente maior entre as mulheres (47,1%) comparada à dos homens (31,3%) e mulheres que abandonavam o tratamento, apresentavam pior perfil psicopatológico do que as que o completavam. Os autores, baseados nesses resultados, pontuam, que


“mulheres dependentes apresentam progressão terapêutica pior do que homens com histórias similares e concluem que mulheres necessitam intervenções adicionais para promoção de melhores resultados terapêuticos”.

Assim como outras patologias tipicamente femininas, o uso de substâncias em mulheres deve ser mais pesquisado e são necessárias intervenções e programas específicos, que levem em consideração as condições e necessidades do gênero .



1. Treatment Interventions for Women with Alcohol Use Disorder. Barbara S. McCrady, Elizabeth E. Epstein and Kathryn F. Fokas. Alcohol Research. 2020; 40(2):08.

2. INCA - Instituto Nacional de Câncer. Ministério da saúde. inca.gov.br - Acessado em Outubro de 2021

3. Javier Fernandéz-Montalvo et al. Gender differences in treatment progression of drug-addicted patients. Women Health 2017 Mar; 57(3): 358-376.




Ana Beatriz Balieiro Abrahao Psicóloga Clínica, Comunicadora-

Colaboradora do - GREA -IPqFMUSP

Especialista em Psicopatologia Fenomenológica e Pós Bacharelado em Columbia University New York City

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